Agora moro mais perto do sol, os amigos
não sabem o caminho: é bom
ser assim de ninguém
nos ramos altos, irmão
do canto isento de alguma ave
de passagem, reflexo de um reflexo,
contemporâneo
de qualquer olhar desprevenido,
somente este ir e vir com as marés,
ardor feito de esquecimento,
poeira doce à flor da espuma,
apenas isso.
Eugénio de Andrade, Branco no Branco
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