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domingo, 21 de agosto de 2011

Tempo da morte



O silvo da máscara de oxigénio, o fedor que se insinua
De formol, rancho, suor, mijo, medo, medo...

A conversa ciciada, o olhar cúmplice, a ruga sábia,
O tilintar na bacia dos pensos, o bater teatral do coração..

Luz velada, silêncio segredado. Longe, a sirene, o arrepio,
O recontar da mesma história, em bicos dos pés...

Tudo cessa. Será a mágoa pelo que não foi,
O resgate, uma saudade nas entranhas,
A ignorância de tudo, ou medo só?

Que indefinido rumor este,
Este sobressalto na pele?
Este sabor tão estranho, amargo, azedo, gostoso?
Esta indiferença? Esta náusea? Este remorso?

Para quê este pranto alheado, de surpresa?

Será?

Tomaz Kim, Exercícios Temporais


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