Num pingo de verniz
o mundo inteiro cabe
Q que se sabe e não sabe
o que se diz e não diz
luz um momento só
que enquanto o brilho escorre
e se cobre de pó
o encanto desfaz-se
dir-se-ia que morre
Mas o que aí floresce
não mais se apaga ou esquece
É o que se diz e não diz
o que se sabe e não sabe
na baça luz do verniz
enquanto morre renasce
Mário Dionísio, Memória Dum Pintor Desconhecido
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