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sábado, 19 de novembro de 2011

Limitações...


«E se eu, por minha vez, conheço uma flor,
 única no mundo, que só existe no meu planeta, 
e que um belo dia um cordeiro pode liquidar de um só golpe,
 sem avaliar o que faz - isso não tem importância?!»
Saint-Exupéry

É nos momentos em que mais profundamente experimentamos os limites da nossa fraqueza;
quando a felicidade nos cai das mãos e se quebra em mil pedaços, e ficamos paridos, com uma vida a recompor;
quando o nosso maior amigo nos abandona;
quando o desejo de acertar e de ser bom choca infalivelmente com a pobreza das nossas repetidas quedas;
quando o mistério é tão grande que não conseguimos desvendar mais nada... É então que a voz de Deus grita dentro de mim.
É então que me apercebo de quanto sou pobre!
É então que vislumbro o Infinito, escondido
 nos anseios e nas limitações do meu dia a dia.
É terrível a sensação de perder alguém que amamos!
Para outros, certamente, pouco dirá.
No entanto, para mim, é tudo.
A incapacidade de realizar, aqui, plenamente os desejos incontáveis, os sonhos loucos do meu coração, lança-me nos braços do Eterno.
O amigo que eu cativei já não consegue dar-me o que o meu coração deseja.

A sua presença é, ao mesmo tempo, uma limitação e uma ausência.

A sua ternura é saudade de uma Ternura que eu desejaria que nunca acabasse.

E as utopias todas, que a minha alma experimenta, serão um dia, em Deus, realidades?

E a  minha fé deixa-me inquieto,
 na grande expectativa de quem caminha
 em busca do Definitivo,
sentindo as terríveis manifestações humanas,
envolvido na incerteza e na esperança
de um peregrino.

Mas eu continuo a caminhar.
É no fim da jornada que verei a Luz Definitiva.
Lá, Deus me aguarda com o seu abraço.


C.A. Schmitt