Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo de um sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados como dois velhinhos...
e que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?
- " como se amaram esses dois velhinhos!
como ele vai, como ela vai, contente!"
E por onde eu passar e tu passares,
hão-de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos...
E por nós, na tristeza do sol posto,
hão-de falar as rugas do meu rosto
Hão-de falar os teus cabelos brancos...
Guilherme de Almeida