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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mulheres à beira-mar...


Confundindo os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena verdade

Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.
Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
 branco.

Com a boca colada ao horizonte aspiram longa-
mente a virgindade de um mundo que nasceu.

O extremo dos seus dedos toca o cimo de 
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.

E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
 ser tão verde.

Sophia de Mello B. Andresen. Coral

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