PARTO
Vai, na calma da manhã,
Toda leve de não ter ideias.
Vai com as mãos cheias de milagres.
Vai fecundada,
Sem dúvidas nem medos,
E como os animais selvagens,
Vai cumprir-se em alturas iguais,
Sobre os rochedos.
Pejada de imagens,
Vai dizer ao silêncio: grita!
E à solidão que fuja, quando a vir,
E ao tojo que nasça, e se repita.
Vai a chorar e a rir,
E nunca foi tão fresca e tão bonita
Por entre as pedras vestida de sangue.
Vai esconder-se e parir.
António Norton, Poemas
Belissimo poema.
ResponderEliminarUm pouco... intraduzível.
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