(continuação da mensagem anterior)
As funcionárias da bata branca não se interessaram pela nossa mão inchada pela infecção, nem pelas nossas explicações, mas só em saber qual o nosso médico de família. Voltámos a explicar à única que nos deu uma displicente atenção que, ali, naquela cidade, não tínhamos, mas em uma outra. O nosso caso estava previsto na lei e nos serviços, mas tínhamos de dirigir-nos até ao fundinho do dito corredor das vidraças. O que fizemos, com todo o cuidado ao pisar o chão por causa da limpeza.
Todos os corredores se encontravam engalanados por múltiplas tabuletas que indicavam múltiplos serviços, mas nenhum som surdia das portas fechadas, à excepção de uma onde nos atrevemos a enfiar a cabeça por termos ouvido som de vozes: era o da conversa entre um homem e uma mulher, ele, de bata branca, sentado a uma secretária com o inevitável écran de plasma do computador em frente; ela, de bata azul, encostada aos armários que pareciam de arquivo, visto que a tabuleta indicava serviços administrativos.
Com receio de interromper, perguntámos onde ficava a secção que demandávamos e a mulher, num ar escandalizado, informou que, àquela hora, a enfermeira já tinha saído para ir almoçar e as senhoras da recepção tinham por obrigação ter-nos informado do facto. Saiu do gabinete e veio até uma das vidraças mostrar o mapa de serviço da enfermeira não presente: o horário previa o encontrar-se no mesmo das oito ao meio-dia, hora em que saía para almoçar,e regressar às 14 horas e, de acordo com os dias da semana, variar a hora de saída: às 20 horas na Segunda-Feira; às 18 horas na Terça e Quarta; às19 horas na Quinta; às 18 horas na Sexta... e não chegámos a perceber se estaria ao serviço alguém no Sábado ou ao Domingo, porque mostrámos a nossa estranheza por não coincidir com a informação recolhida na véspera: - a de que a enfermeira em causa trabalhava só até às 14 horas.
A resposta dada foi que o que prevalecia sobre qualquer informação era a que nos estava a ser fornecida com base na escala de serviço afixada na parede e que acabavam de nos ler.
Já nem obtemporámos que, na véspera, o corredor não se encontrava iluminado e que não estávamos cientes de que existisse a tal escala.
Agradecemos e regressámos sobre os nossos passos. O farmacêutico indicara-nos o Centro de Saúde da área da residência pela urgência de sermos vistos por um médico... Só que da presença de um médico ninguém nos falou.
Cruzámos de novo a porta de saída com o máximo cuidado, receosos de que nos acontecesse algo de pior naquele local onde era suposto, - mas não se encontrava, - quem nos tratasse da... saúde.
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