A minha geração fugiu à guerra,
Por isso a paz que traz não tem sentido:
É feita de ignorância e de castigo,
Tão rígida e tão fria como a pedra.
Desfazem-se-lhe as mãos em gestos frágeis,
Duma verdade inútil por vazia,
E a língua imóvel nega o som à vida,
Por hábito ou por falta de coragem.
Se há rumores lá de fora, às vezes, lembra:
Porque é que pulsa o coração do mundo,
Precipitado, angustioso, ardente?
Mas depressa submerge na indiferença
- Que lhe deram um túmulo seguro:
E o relógio dá-lhe horas certas, sempre.
Pedra Tumular - Ant. manuel Couto Viana, in Mancha Solar
Não conhecia o poeta, gostei do poema. Hoje no mundo, a indiferença alastra e tenta submergir tudo e todos.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
O poeta António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo em 1923. Encenador, actor e professor de Arte de Dizer, fundou, em 1956, o "Teatro de Gerifalto" vocacionado para o teatro para crianças. E foi co-director da "Távola Redonda" e director do "Graal".
ResponderEliminarPublicou vários livros de poesia.