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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

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A minha geração fugiu à guerra,
Por isso a paz que traz não tem sentido:
É feita de ignorância e de castigo,
Tão rígida e tão fria como a pedra.

Desfazem-se-lhe as mãos em gestos frágeis,
Duma verdade inútil por vazia,
E a língua imóvel nega o som à vida,
Por hábito ou por falta de coragem.

Se há rumores lá de fora, às vezes, lembra:
Porque é que pulsa o coração do mundo,
Precipitado, angustioso, ardente?

Mas depressa submerge na indiferença
 - Que lhe deram um túmulo seguro:
E o relógio dá-lhe horas certas, sempre.

Pedra Tumular -  Ant. manuel Couto Viana, in Mancha Solar



2 comentários:

  1. Não conhecia o poeta, gostei do poema. Hoje no mundo, a indiferença alastra e tenta submergir tudo e todos.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  2. O poeta António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo em 1923. Encenador, actor e professor de Arte de Dizer, fundou, em 1956, o "Teatro de Gerifalto" vocacionado para o teatro para crianças. E foi co-director da "Távola Redonda" e director do "Graal".
    Publicou vários livros de poesia.

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