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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sala de espera...


Terei talvez perdido a chave, e toda a gente ri à minha volta, cada qual mostrando-me uma chave enorme pendurada ao pescoço.
Sou o único a não ter seja o que for para entrar. Todos desapareceram e as portas fechadas tornam as ruas mais tristes. Nem vivalma. Baterei a todas as portas.
As injúrias choveram das janelas, enquanto me ia afastando.
então, um pouco para lá da cidade, à beira de um rio e de um bosque, encontrei uma porta. Uma simples porta com bandeira e sem fechadura. Atrás dela. sob a noite sem janelas mas de longas cortinas, entre o bosque e o rio que me protegem, pude dormir.

Pierre Reverdy, tradução de Eugénio de Andrade, in Trocar de rosa

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