Quem me espera na hora sem lugar,
está mudo e branco sob a luz velada;
dos braços longos escorre-lhe o calor
de séculos de amor e voz cerrada.
Morreu de sonho à proa do navio,
que tem, pintadas, flores de cores, bravias,
e um doce aroma de almas navegantes...
Morreu de sonho! E os pássaros do rio
voaram-lhe a agonia, triunfantes.
Então os braços removeram anos,
desencontros, renúncias, esquecimento,
e partiram, floridos e secretos,
ao meu encontro frágil no momento.
Escutei-lhe a pele na minha pele dorida.
Senti-lhe o jeito ( o jeito de manhã
do princípio do Mundo ).
Esses braços cantavam como cisnes
e era eu quem morria!
[...]
Ciclones, ventos mansos, frescas brisas,
correndo praias de alvos areais,
batendo os mastros de canções salgadas,
de torrentes, de cheiros, de cristais:
dizei-lhe, uma vez mais, que a vida é breve
e o espero onde me leve a sua espera
- no céu, no mar, no escuro, no convés...
Ah!, dizei-lhe que é sua a aérea boca
que eu sinto às vezes a tocar-me os pés.
Natércia Freire, in Anel de Sete Pedras
Olá
ResponderEliminarAs palavras
que acordam
sentimentos
são preciosas...
Desejo que o amor,
faça morada em seu coração.
Penso ter agradecido.
ResponderEliminarSeja bem vindo a esta actividade de momentos parados.
Penso ser uma pessoa amável, sim. Sem hipocrisia.
Maria
Olá,
ResponderEliminarMinha primeira visita por aqui :)
Beijinho e bom fim de semana.
Ana