Canta-lhe o vento as árias que conhece,
E nenhuma perturba aquele olhar.
Nenhuma o tansfigura ou adormece,
E o tira de sentir e de fitar.
Terra de consciência iluminada,
Limpa na sua luz pensada e fria
A celeste canção enluarada
Nenhuma paz humana lhe daria.
Não, porque o vento só conduz aladas
Forças que oscilam a raiz;
E aquele olhar que descobrir paradas
Seivas da vida que a razão lhe diz.
Miguel Torga, Libertação - 1944
Sem comentários:
Enviar um comentário