« - Se eu morresse amanhã,para que teria servido a minha vida? Para pouca coisa na verdade; nem para outrem, nem para mim próprio. Está bem? Não. Daí o descontentamento oculto que me agita e me consome quando a inércia deixa de me adormentar. O meu pecado é o medo: medo de sofrer,medo de ser enganado, medo de me enganar, medo do destino, medo de mágoas, medo do prazer, medo da vida, medo da morte. E a causa do medo? É a desconfiança. E a origem dessa desconfiança? O sentimento da minha fraqueza. Incapaz de vencer,de forçar, de compor as circunstâncias, esquivo-me a elas quando não são como as desejo. Ausência de coragem e de vontade; nenhuma força moral - eis o meu mal, sempre o mesmo e sempre em aumento.-»
Amiel, in Diário Íntimo
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