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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Soneto...


Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento...

Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado...
Pára e fica e demora-se um momento.

Pára e fica na doida correria...
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria

Um olhar de aço que essa noite explora...
Mas a espora da Dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.

Angelo de Lima, (1872-1922] - Poesias Completas

2 comentários:

  1. Excelente escolha, um belissimo soneto. Pára o nosso pensamento quando não sabe como ultrapassar os abismos que a vida lhe coloca.
    Muito obrigado pela sua presença no meu cantinho durante a minha ausência.
    Beijinhos
    Maria

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  2. Quantas vezes o pensamento arrepia a corrida louca das emoções... Se estiver em equilíbrio com estas nem é de todo mau. ~Consegue ser, porém, tão cruel, ainda que necessário...
    Gosto do seu cantinho. Por isso vou até lá sempre que posso.
    Beijinho.
    maria

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