Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento...
Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado...
Pára e fica e demora-se um momento.
Pára e fica na doida correria...
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria
Um olhar de aço que essa noite explora...
Mas a espora da Dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.
Angelo de Lima, (1872-1922] - Poesias Completas
Excelente escolha, um belissimo soneto. Pára o nosso pensamento quando não sabe como ultrapassar os abismos que a vida lhe coloca.
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua presença no meu cantinho durante a minha ausência.
Beijinhos
Maria
Quantas vezes o pensamento arrepia a corrida louca das emoções... Se estiver em equilíbrio com estas nem é de todo mau. ~Consegue ser, porém, tão cruel, ainda que necessário...
ResponderEliminarGosto do seu cantinho. Por isso vou até lá sempre que posso.
Beijinho.
maria