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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Clepsidra


Epígrafe

Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
lentas gotas de som no relógio da torre,
fio de areia na ampulheta vigilante,
leve sombra azulando a pedra do quadrante,
 - assim se escoa a hora, assim se vive e morre...

Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?  
Procuremos somente a Beleza, que a Vida
é um punhado infantil de areia ressequida,
um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...


Eugénio de Castro (1869-1944)

2 comentários:

  1. Grande Eugénio.
    Um beijo, minha querida amiga.

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  2. O poema vale sobretudo pela conclusão...plena de melodia, entretanto.
    è a música das palavras...

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