Caem,
gordas, sonoras,
monótonas pingas de chuva,
- espaçadas -
e indolentes
vão marcando uma toada:
ping
pang
ping
pang,
as pingas
da chuva de Outono pardo.
Espapaçada
a terra mole absorve
as vagas de chuva densa
que lenta
vai caindo,
em pingas grossas,
sonoras.
E ao cair,
a chuva bate o compasso
com o som dum contrabasso...
ping
pang
ping
pang
Adolfo Casais Monteiro. Poemas do Tempo Incerto (1934)
Sem comentários:
Enviar um comentário