Se minto? Quantas vezes!
Mas em palavras. Não
não nos meus olhos castanhos portugueses,
nestas linhas atávicas da mão...
Se minto?... Minto, pois!
Mas nas orais palavras que vos digo.
Não nas que entoo a sós comigo,
E em que enfim deixo de ser dois.
Não nas que entrego a músicas, miragens.
Alegorias, fábulas, mentiras.
Cadências, símbolos, imagens,
Ecos da minha e mil milhões de liras.
Se minto?... Minto! É regra de viver.
Mas não quando, poeta, me desnudo,
E a mim me visto de inocência, e a tudo.
Venha quem saiba ver!
Venha quem saiba ler!
José Régio
OI MARIA!
ResponderEliminarPOSTAGEM COM UM TEXTO MUITO BOM.
GOSTEI MUITO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Estás perdoado, então, pelas mentiras. Belíssimo poema!
ResponderEliminarMagistral exposição de motivos que traduz verdades da inocência mais pura que vem de uma grande alma. Meu carinho e meus aplausos,inclusive, por esse maravilhoso blog.
ResponderEliminarNão...na poesia, não pode haver mentira; há muita na vida de todos nós, mas a vida deveria ser sempre um grande e belo poema onde não coubesse uma única mentira. Gostei imeno e não conhecia. Obrigada pela partilha. Um beijinho
ResponderEliminarEmília
Mentira poética?... Não conheço, de facto.
EliminarExcepto se o poeta for de muito baixo nível... humano, claro.
Mas nota-se logo.
Beijinho, Emília.