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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Identidade...


[05:35 - 01.01.2014]   


Deitou-se com a primeira madrugada 
Desse ano menino
Que não saudou
Nem desejou

A madrugada fria não a agasalhou
Nem confortou

E também não chorou

Em silêncios harmónicos
De alvores febris
Sentiu sombras de ausência 
Vacilando num torpor de brumas

No inverno imperante de surdos rugidos
Havia finitos vazios de ânsia sofrida
Que chegavam devagarinho para não assustar
A gadanha inclemente e fria...

Prometera-se evitar chorar
Cansada de viver a eterna ausência


E afinal  deu-se conta
De haver humidade nos olhos
E dor no coração.

Anaïs


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