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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ventura...




Andei pelas quadras abissais
Em busca dessa argila que era eu,
Mas nada consegui do que foi meu,
Nem vi, sequer, o rasto dos meus ais.

Voltei às convivências espectrais
Da sombra em que o meu ser se converteu.
E o sonho que vivi perto do céu
Perdeu-se como as folhas outonais.

Talvez exista ainda na lonjura
A catedral imensa da ventura
Firmando o pedestal do meu desejo...

Talvez exista, sim, quem sabe lá?
Mas onde procurá-la? Onde está?
Se eu vivo dentro dela e não a vejo?

Alberto Miranda, Vila Real, 1967

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