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domingo, 13 de agosto de 2017

Saudade... em Ricardo reis

 SAUDOSO já deste verão que vejo,
Lágrimas para as flores dele emprego
Na lembrança invertida 
De quando hei-de perdê-las.


Transpostos os portais irreparáveis
De cada ano, me antecipo a sombra
Em que hei-de errar, sem flores,
No abismo rumoroso.


E colho a rosa porque a sorte manda.


Marcenda, guardo-a; murche-se comigo
Antes que com a curva 
Diurna da ampla terra.

in "Ficções do Interlúdio", de Ricardo Reis[heterónimo de F. Pessoa]

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