Sou entre flor e nuvem, estrela e mar.
Porque havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?
Não encontro caminhos fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e ar.
E por isso levito.
É bom deixar um pouco de ternura
e encanto indiferente,
de herança em cada lugar.
Rastro de flor e estrela, nuvem e mar,
meu destino é mais longe
e meu passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar.
Cecília Meirelles
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