Lisboa,12 de Maio de 1948
Há quem diga que são rosas,
Mas não são.
Não há rosas andrajosas
Em botão.
Imagem, mesmo que fosse,
Não servia.
O amargo não é doce
Nem sequer na fantasia.
Chamem-lhes pois pelo nome,
Pelo seu nome infeliz
De seres humanos com fome
Na raiz.
Miguel Torga