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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

«Perplexidade»...

Hesito no caminho.
Ninguém segue este rumo...
É noutra direcção
Que o vento leva o fumo
Das paixões...
Chegar, sei que não chego,
De nenhuma maneira;
Mas queria ao menos ir no lírico sossego
De quem não se enganou na estrada verdadeira.

E não vou.
Cada vez mais sozinho 
Na solidão,
 Duvido da certeza dos meus passos.
Vejo a sede ancestral da multidão
Voltar costas às fontes que pressinto,
E fico na mortal indecisão
De afirmar ou negar o cego instinto
Que me serve de guia e de bordão.

Miguel Torga

1 comentário:

  1. Às vezes ficamos mesmo perplexos...perplexos com as atitudes do ser humano...perplexos com os caminhos que escolhem; não sabemos o que fazer...será melhor seguir os outros...será melhor parar e reflectir? Com certeza! Mesmo sozinhos o melhor é seguir o que a nossa consciência dita...o que o nosso coração aconselha. Muito bom este poema de Torga. Obrigada pela partilha, pois não conhecia. Um beijinho e um bom fim de semana
    Emília

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