Coimbra, 16 de Julho de 1953.
Por palavras te chamo e te conheço,
E por tristes palavras te defino:
Eras Deus no começo,
És agora Destino,
E a manhã serás Medo ou Covardia...
Mas tão sozinho aqui me encontro e sinto,
Que preciso, no instinto,
De companhia.
E um nome basta a quem não tem mais nada.
Com ele, ao menos, pode a mão fechada
Abrir-se e tactear o pesadelo...
Ninguém ainda; mas o som povoa
O silêncio que aperta e que magoa
As almas que não sabem recebê-lo.
Miguel Torga, Diário VII
Lindo este poema de Torga. Somos assim mesmo...um dia chamamos e obtemos resposta. noutro nem sequer isso fazemos; somos um dia medrosos...noutro cobardes...noutros humanos e até muito sensatos. Muitas vezes sentimos que não temos nada...que não somos ninguém; esquecemo-nos de agradecer o pouco que achamos que temos; temos um nome..,.esse ninguémm nos tira. Um beijinho, amiga e um bom fim de semana
ResponderEliminarEmília