Junto da fonte plácida do Outono,
As folhas caem velhas, como os dias.
Não perguntem por mim - quero o abandono:
Fechei janelas d' alma e gelosias.
Não perguntem por mim - que estou alheio
A tudo o que vos fere e dói e mata.
Trago a vida suspensa, o livro em meio,
Perdi as horas, esqueci a data.
Não perguntem por mim - que nenhum gesto
Vos posso conceder da minha mão.
Falhei no vosso humano amor. O resto
É o silêncio de toda a solidão.
Ant.º Manuel Couto Viana, O coração e a Espada
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