Quem passeia de negro meu cansaço
sob árvores queimadas de um incêndio?
Decerto quem cantou ao meu ouvido
os versos cuja rima era o silêncio.
Quem agora me arrasta pelas cinzas
foi quem já me embalou na mão das águas
e, sobre a lua gasta, pôs o archote
que consumia em lágrimas as mágoas.
Minha fadiga veste-se de luto
e canta para si mesma em voz de choro,
e a terra esquece as culpas que lhe cabem,
e arranca dos punhais fulgências de ouro.
Dormem os troncos nus salvos do fogo.
As folhas raras olham a noite imensa.
( Pupilas da floresta vigilantes!...)
Passeia o meu cansaço quem não pensa;
passeia o meu cansaço um braço inerte,
e arrasta-o pelas cinzas, velho arado.
Porém toda a semente foi perdida,
secou a seara; e, agora, há um novo fado!...
Alexandre Pinheiro Torres, Novo Génesis
E a " perplexidade " tem que ser grande. E andamos nós nesta vida entre a luminusodade e a noite escura, "entretidos a amar o que não temos " Nem sempre amamos o que temos...desprezamos até aquilo que nos é ofertado pela vida, esquecendo-nos de que entre nós e a natureza há um elo forte que nos prende; tão presos estamos com o tal dito " nó cego " que se um se for o outro irá também. E o pior é que nos esquecemos de que quem sai sempre vencedora é a mãe natureza; sempre algo dela ficará quando a nossa caminhada chegar ao fim e de nós...nada restará. E hoje, amiga, a nossa sintonia foi total. Parabén pelos dois belos poemas. Um bom dia da mulher e um beijinho muito especial.
ResponderEliminarEmília
Por vezes o fado da vida torna-se dificil de carregar, principalmente se não compreendemos o porquê da luz do nosso caminho estar a esmorecer.
ResponderEliminarNostálgico e belo poema.
Bom domingo
Beijinhos
Maria
Excelente texto, convido vos a visitar o meu blogue, um abraço a todos e estou a seguir vos...
ResponderEliminarjpina9.blogspot.com.
Amiga passei para deixar um beijinho e desejar um bom domingo
ResponderEliminarMaria
Nostálgico e belo o poema. Bjs.
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