Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!
Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.
Ah!Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina
A flores do campo, a leite, a maresia!
Em vez da fria luz que me alumia,
O luar, sobre o mar, em tremulina...
- Divina mão compondo uma poesia.
Carlos Queirós - Desaparecido e Outros Poemas (1950)
Olá! A cidade também tem seus encantos, mas concordo: nada como estar perto da natureza! Lindo soneto.
ResponderEliminarComo estou na cidade sem estar...tenho de concordar mesmo.
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