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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Na cidade...


Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!

Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.

Ah!Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina
A flores do campo, a leite, a maresia!

Em vez da fria luz que me alumia,
O luar, sobre o mar, em tremulina...
- Divina mão compondo uma poesia.

Carlos Queirós - Desaparecido e Outros Poemas (1950)

2 comentários:

  1. Olá! A cidade também tem seus encantos, mas concordo: nada como estar perto da natureza! Lindo soneto.

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  2. Como estou na cidade sem estar...tenho de concordar mesmo.

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