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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Soneto


Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento...


Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado...
Pára e fica e demora-se um momento.


Pára e fica na doida correria...
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria


Um olhar de aço que essa noite explora...
Mas a espora da Dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.

Ângelo de Lima [1872-1922]/- Poesias Completas

6 comentários:

  1. Magnífico soneto.
    Bem acompanhado pelas belíssimas fotos.
    Um beijo, querida amiga.

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    Respostas
    1. Nada é meu... com pena minha.
      Só pela preferência que lhes dei.
      Obrigada, amigo.
      Abraço.

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