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quinta-feira, 10 de abril de 2014

AMOR

Amas de mais, não possuis
o amor que a todos vem.
Quem ama tudo não pode
ser amado por alguém.


Amor de tudo! - ninguém, 
mas o coração mais fecundo
que, por beijar de outro modo,
só tarde vive no mundo!

De longe o sol nos aquece, 
de longe nos abre focos. 
- Ó cinco chagas de Cristo,
no espelho de misantropos!


Só chega ao Sol quem tem asas
para um voo longo e leve
 - quem antes que a luz o cegue
chega lá desfeito em brasas!

Edmundo de Bettencourt (1899-1973)



2 comentários:

  1. O amor a tudo é impossibilidade a que alguns poetas almejam.

    Muito bem conseguida a ligação do voo do pavão com as palavras do amor.

    Beijinhos

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  2. A maioria dos poetas tem uma alma enorme que abraça tudo e todosSão 100% panteístas... e eu encontro nessa filosofia a certeza de múltiplas almas. E a essa multiplicidade de almas deve-se amar, porque nelas se encontra um ou outro reflexo de nós...

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