Tonta de Poesia,
caiu a manhã.
É uma andorinha
morta de cansaço..
Deixem-na ficar
caída no chão.
Não façam barulho:
podem acordá-la.
Se ela se levanta,
mesmo assim cansada,
suas asas negras
encobrem o Sol.
Deixem-nas paradas,
suas asas meigas.
Sereninhas dormem
o seu voo morto...
Sebastião da Gama, Itinerário Paralelo