Direi aos pássaros que quedem
seu esvoaçar
Ao mar que aconchegue as marés
sobre o regaço da areia
À noite que acenda
nas pontas dos seus dedos
o brilho da emoção
Às pedras que calem as passadas
para que sinta o cetim da inspiração
Vestirei minha alma de silêncios
desfolharei cada palavra
enquanto o vento encosta sua boca
ao meu rosto
deixando sobre este manto de azul
tudo o que sinto
no tracejar deste espaço
feito de migalhas de Alma.
E. Vieira