Noite, que tens o dia à tua beira,
Discreto como um anjo velador:
Dorme e não sonhes, aligeira
A negra duração da tua dor.
Nenhum sol se detém no seu caminho,
Mas todo o Deus regressa.
Noite, bebe o teu vinho
Antes que o anjo se despeça!
Miguel Torga, Diário III