Vem, camarada, vem
Render-me neste sonho de beleza!
Vem olhar de outro modo a natureza
E cantá-la também!
Ergue o teu coração como ninguém;
Fala de outro luar, doutra pureza;
Tens outra humanidade, outra certeza:
Leva a chama da vida mais além!
Até onde podia, caminhei.
Vi a lama da terra que pisei,
E cobri-a de versos e de espanto.
Mas, se o facho é maior na tua mão,
Vem, camarada irmão,
Erguer sobre os meus versos o teu canto.
Miguel Torga, Libertação, 1944
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