Deus cria as almas aos pares;
Cada um dos seus olhares
É um casal que voou:
Às vezes cruzam os ares
Essas pombinhas o voo...
Mas Deus criou-as aos pares!
Partindo juntas de um ponto
Cuidam também que de pronto
Se tornam a ajuntar;
Mas andam almas sem conto
No mundo à busca de par...
Partindo juntas de um ponto!
A minha irmã, não sei dela!
Ao avistar, de uma estrela,
Um filho ao colo da mãe...
Uma graça como aquela,
Só contemplando-se bem...
E a minha irmã não sei dela!
Levado daquele encanto
Pelo afecto mais santo
E mais profundo que há,
Não me lembrou se entretanto
Minha irmã ficava lá...
Levado daquele encanto!
Pobre de uma alma perdida
De uma irmã nesta vida,
Que é um contínuo gemer!
É uma noite comprida
Sem nunca lhe amanhecer...
Pobre de uma alma perdida!
Ainda quem sempre espera
Achar a alma sincera
Que Deus lhe deu por irmã...
Talvez ache a companheira,
Por quem suspira, amanhã...
Feliz de quem sempre espera!
João de Deus, Campo de Flores
Lindo, amiga! Não conhecia e gostei muito. " Feliz de quem sempre espera ", pois é sinal de que não se deixa abater e que sempre tem esperanças de que amanhã é uum outro dia um outro Começar de Novo. Beijinhos, Maria e boa noite. Apesar do tempo terrível que temos hoje, amanhã, quem sabe...o sol brilhará.
ResponderEliminarEmília
O sol brilha sempre, mesmo através das nuvens... mas nós esquecemos disso.
EliminarBoa noite, amiga
Beijinho.
maria
Lindo, e angustiante... lembrou-me de um filme que assisti sobre uma menina desaparecida há quinze anos, pela qual a família ainda procurava.
ResponderEliminarTem mais a ver com almas gémeas,,
EliminarSeve haver poucas e mesmo as que houver primam quase semre pelo desencontro...
Uma bela escolha poética.
ResponderEliminarJá há séculos que não lia João de Deus...
Maria, querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.