Nem tu, amor, me deste aquele sossego
Que te pedi!
No grande cais da vida onde aportei
Eram tantos os braços e os acenos
Que me cansei
A responder a todos, e a nenhum...
Puras miragens, puros impossíveis,
Um a um
Foram morrendo, sem deixar ao menos
Traços visíveis
Da ilusão fugaz.
E ali fiquei, de coração vazio,
À espera de chegar outro navio...
E sem paz.
Miguel Torga, in «Penas do Purgatório»-1954
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