
Escondeu na sombra o rosto
Na recusa de olhar o sol
Olhou o horizonte sem o ver
Pouco mais restou do desgosto...
E havia muita vida p'ra viver.
Levantou devagar a sua voz
Voz de alma cansada de voar
Num sonho que não fora o seu...
Devaneio de alguém muito feroz
Por recusar aceitar que envelheceu.
Entendera por fim o seu papel
No labirinto da coisa virtual:
Fora o ensejo de criar palavras
E animar páginas de sedução real
Fruto desse poder e suas lavras.
Agora,ao raiar da madrugada,
Sabia que soubera desde sempre
O que lera naquela boca austera:
"Caminho e sonho e que me lembre
Sou senhor da vida e da quimera."
Mario Llosa
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