Là...
Où le couloir sombre
Garde
L'empreinte
Et l'écho
De tes pas.
...E tudo "lá" me fala de ti.
Foi rápido e intenso.
Cansa e dói recordar.
Brancuras bordadas guardam ainda as formas e o cheiro dum espasmo derradeiro que o silêncio amarfanhou. O ardor calado está filtrado em todo o lado como odor que secou.
Où le couloir sombre
Garde
L'empreinte
Et l'écho
De tes pas.
...E tudo "lá" me fala de ti.
Foi rápido e intenso.
Cansa e dói recordar.
Brancuras bordadas guardam ainda as formas e o cheiro dum espasmo derradeiro que o silêncio amarfanhou. O ardor calado está filtrado em todo o lado como odor que secou.
Ainda o agora é ontem. Ainda é recente. Alguém insiste em que esqueça e ,se mais houvera que soubessem o nosso/meu segredo, mais insistiriam em torná-lo tapete de olvido, cerzido de amor e coisa nenhuma. Mas, através do espaço, surge inconsútil e puro a força nervosa e quente, a pureza do abraço. Foi contudo muito minha a ilusão e o muito amor investido nessa estranha e fugaz relação.
Quando o amor está longe de ser apenas sexo, perdura.
Perdura para lá da dor. Perdura apesar de e para além da loucura dos dias e do silêncio das noites. E do desgaste e desgosto da partida.
Metáforas para quê? Ainda o Sol não tombava no horizonte frio e quieto da tarde e alguma coisa morria e foi cedendo, cedendo, como a melodia morrente que precede o anoitecer.
Depois...depois foi só morrer.
[Chorar? Já não choro. Só verto lágrimas.]
...E, por fim, foi bom saber que alguém se deu a muito trabalho para ter razão. Porém, não sei, lá muito bem qual, ou mesmo porquê. Que abismos imensos guarda a alma de gente solitária, por vezes - e quanto! - carentes de um afecto sincero, total e seguro?! E do fundo estranho da desilusão dos afectos a estranha impressão de que houve quem se preocupasse, quem estivese a sobreviver e a ajudar a sobreviver.
Sem objectivo definido. Só para oferecer um ombro amigo.
E fez-se o esforço. Nunca se sabe até quando, tão frágil parece e já a acusar desilusão e cansaço.
...Sobrevivo? Já nem sei. Apenas sei que senti pertencer pela primeira vez a alguém e que isso não pode ser apagado, nem hoje, nem nunca. Um sonho louco? Que seja. Pena não poder multiplicá-lo entre a dor e a sensação insaciável da pertença. E só isso contou. Só isso conta.
Sonhei-me livre outrora. Mas ninguém é livre de ninguém se há encantamento. O que outrora foi... nem existiu no vento, nem no passamento para onde tudo corre. Outrora... outrora nunca existiu comparado com hoje, porque nem o amor, nem a dor, sinto que morre.
E é nesta dualidade estranha que reside a força tamanha deste bemquerer que ninguém socorre.
Tento apagar, com a força da razão, a angústia de viver. É sim? É não?.. Se a amizade gera ainda mais solidão, como evitá-la?
... Sou apenas o que sou - muito carinho e a falta dele. E o desejo do abraço. E para toda esta singeleza, a afundá-la, todo um imenso mar de sargaço. Ou todo o imenso lodo do cansaço que já não há como vencer... nem com o abraço.
... Mas deixar de sofrer para voltar à indiferença dos dias mal vividos, sem ilusões nem crença?...
- Antes, e só, as recordações.
.......................................................................................................................................................................
[13,52] [10-05-2009]
"Sentir? Sinta quem lê" - Fernando Pessoa
Quando o amor está longe de ser apenas sexo, perdura.
Perdura para lá da dor. Perdura apesar de e para além da loucura dos dias e do silêncio das noites. E do desgaste e desgosto da partida.
Metáforas para quê? Ainda o Sol não tombava no horizonte frio e quieto da tarde e alguma coisa morria e foi cedendo, cedendo, como a melodia morrente que precede o anoitecer.
Depois...depois foi só morrer.
[Chorar? Já não choro. Só verto lágrimas.]
...E, por fim, foi bom saber que alguém se deu a muito trabalho para ter razão. Porém, não sei, lá muito bem qual, ou mesmo porquê. Que abismos imensos guarda a alma de gente solitária, por vezes - e quanto! - carentes de um afecto sincero, total e seguro?! E do fundo estranho da desilusão dos afectos a estranha impressão de que houve quem se preocupasse, quem estivese a sobreviver e a ajudar a sobreviver.
Sem objectivo definido. Só para oferecer um ombro amigo.
E fez-se o esforço. Nunca se sabe até quando, tão frágil parece e já a acusar desilusão e cansaço.
...Sobrevivo? Já nem sei. Apenas sei que senti pertencer pela primeira vez a alguém e que isso não pode ser apagado, nem hoje, nem nunca. Um sonho louco? Que seja. Pena não poder multiplicá-lo entre a dor e a sensação insaciável da pertença. E só isso contou. Só isso conta.
Sonhei-me livre outrora. Mas ninguém é livre de ninguém se há encantamento. O que outrora foi... nem existiu no vento, nem no passamento para onde tudo corre. Outrora... outrora nunca existiu comparado com hoje, porque nem o amor, nem a dor, sinto que morre.
E é nesta dualidade estranha que reside a força tamanha deste bemquerer que ninguém socorre.
Tento apagar, com a força da razão, a angústia de viver. É sim? É não?.. Se a amizade gera ainda mais solidão, como evitá-la?
... Sou apenas o que sou - muito carinho e a falta dele. E o desejo do abraço. E para toda esta singeleza, a afundá-la, todo um imenso mar de sargaço. Ou todo o imenso lodo do cansaço que já não há como vencer... nem com o abraço.
... Mas deixar de sofrer para voltar à indiferença dos dias mal vividos, sem ilusões nem crença?...
- Antes, e só, as recordações.
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[13,52] [10-05-2009]
"Sentir? Sinta quem lê" - Fernando Pessoa
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