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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Espero...




Espero sempre por ti
Quando a claridade some mansamente
E as aves se aconchegam à tardinha
Procurando sossego
Espero por ti no meu terraço
Escutando o rumor grave de um piano
Ansiosamente suspensa do abraço
Que nunca negaste ao mundo insano.

E mesmo que não venhas
Estou sempre contigo
Contemplando a noite enluarada
Na eterna espera do abrigo
E melodia que desenhaste no horizonte
Beijas então minha alma dolorida
E dás-lhe ainda um máximo de vida
Da que te sobra, tão desbaratada,
À ideia da mudança eternamente condenada.

E beijo-te a fronte que desvias dolorido
Tentando esconder de mim
O teu cansaço e desejo do abraço
Que a brisa cruel retém naquele espaço
Onde olvidaste o meu amor enfraquecido.

Sophia Guiomar, Poemetos

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