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terça-feira, 1 de junho de 2010

Singelamente




Tão natural como o carinho
Por trás da carícia mais premente
Subjaz pela cor o rosmaninho
Que ao sol do verão floresce de repente.

Tímido, esbelto, à beira do caminho,
Atrai com doçura o nosso olhar;
Das belas estevas o vizinho
Com elas se mistura a perfumar.

Assim é o amor feito ternura
Que cresce na minha alma de luar.
Estranho ao criador e à criatura,
Pendente do gesto livre dum voar
E da fragrância de espaços de granito
Onde as silvestres flores crescem a par
Do alecrim mais cheiroso e mais bonito,
Brotando espontâneo, sem murchar.

Por isso é forte, honesto e resistente
Fruto da terra-mãe que ama e cria
E se te oferece assim, singelamente,
No dealbar de cada novo dia.

Distanciado na linha do horizonte
Ultrapassa o braseiro do poente
Para afagar, beijar a tua fronte,
No meu jeito de ser...singelamente.


Sophia Guiomar, Poemetos

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