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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Falando de paixões



Como se elaboram as paixões?
Elas são suscitadas por causas externas e outras internas.
Entre as primeiras figuram a influência do meio exterior e as circunstâncias fortuitas, podendo-se estabelecer que a influência das causas externas é inversamente proporcional à energia da predisposição, uma causa interna; a imitação, esta uma causa oriunda do exterior e que modifica, segundo os usos e costumes de cada época, a exteriorização e a intensidade das ditas paixões, como tem sucedido com o amor; a sugestão, vinda quer de outras criaturas, quer das coisas e até das leituras e que tão importante papel representa na génese das paixões colectivas suscitadas pelas questões religiosas, políticas e sociais.
Porém, muito mais importantes são as causas internas: a constituição fisiológica do indivíduo e o seu carácter.
Ao analisar-se psicologicamente a paixão descobrimos três caracteres essenciais: a ideia fixa, a duração e a intensidade.
Diz-se que a paixão é tanto mais fugaz quanto mais intensa. E quando reveste o carácter de ideia fixa tem de ser encarada como um estado doentio. Mas tudo isto depende da pessoa, do objecto da paixão e de outros muitos grandes e pequenos factores do meio ambiente e das relações de inter-acção que o sujeito que a sofre mantém com este.
Há estados de paixão que duram toda uma vida e impulsionam os indivíduos a cometer loucuras que podem passar pelo crime ou levar outros a actos e atitudes de verdadeiro heroísmo.
Hoje a palavra paixão utiliza-se a torto e a direito: assim há quem se apaixone por um vestido ou um par de ténis. Resta perguntarmos se isso se pode confundir com o que se entendeu ao longo do tempo por paixão como uma forma passageira ou durável que pode acometer o espírito, ou o físico, ou ambos, de um ser humano.

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