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domingo, 6 de janeiro de 2019

A fábula das três almas



«Subindo para o céu, seguiam três almas virgens. A lua abraçava-as em um raio de luar e as estrelas acendiam-se para recebê-las.
Travaram conversa.
_ Eu fui princesa - disse uma. - Sobre o meu mausoléu há uma palma de ouro e um serafim de mármore branco. Tenho saudades do meu palácio.
- Eu fui monja - disse a outra. - Sobre o meu túmulo caem os ramos das religiosas e as flores das devotas. Meu corpo está no claustro com Deus, como eu, que subo para o paraíso. Tenho saudades das harmonias místicas do órgão nos dias de festa.
E a terceira disse:
- Eu fui pastora. Meu corpo está no cemitério da aldeia. O meu noivo guarda-o e, como não é tempo de flores,  chora todas as noites sobre o meu túmulo lágrimas sinceras. Tenho saudades do meu noivo.


E uma estrela, ouvindo a conversa das almas, perguntou a outra:
- Qual é a mais feliz das três?
Suspirando, a estrela respondeu:
- A noiva, porque foi amada.»

** Toda a fábula tem, pelo menos, uma intenção.
Hoje, dia consagrado aos Reis Magos, também eles pertencendo ao mundo da fábula e à busca incessante de caminhos, encontrámos esta lenda plena de poesia e alguma, senão muita, verdade.
Encontrar uma luz no caminho de cada um de nós é algo que inspira, que dá força para lutar contra as dificuldades de uma existência difícultada por abrolhos... E isso é bom.

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