A pura face
Como encontrar-te depois de ter perdido
Uma por uma as tardes que encontrei
Ó ser de todo o ser de quem nem sei
Se podes ser ao menos pressentido?
Não te busquei no reino prometido
Da terra nem na paixão com que eu a amei
E porque não és tempo não te dei
Meu desejo pelas hora consumido
Apenas imagino que me espera
No infinito silêncio a pura face
P'ra além da vida morte ou Primavera
E que a verei de frente e sem disfarce
Sophia de Mello Breyner Andresen [Livro Sexto]
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