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domingo, 29 de outubro de 2017

Das cinzas da nossa memória...

Das cinzas da nossa memória...

há momentos que só poetas 

conseguem fazer reviver...

ou  os artistas 
que manipulam cores, tons, 
imagens que amaram, 
aconchegando-as no âmago de sentidos
sempre despertos
 para o perene enamoramento do mundo 
em que apareceram e evoluíram.



Oh, a frescura intensa da manhã,
Batendo, lado a lado, toda a estrada! 
- Inda há pouco apanhei uma braçada
De alfazema florida, ingénua e sã.

Abre no céu a fúlgida romã 
Que em beijos de oiro se desfaz, cansada,
Oh, como eu sinto, agora remoçada,
A minha fé tranquila de cristã...

Nos silvados despontam as amoras,
Começa, ao longe, a vibração das noras.
Todo o campo se alegra e se ilumina!

Passam pardais a grazinar em bando,
Um rebanho, um pastor, de quando em quando,
- E cheira a mato, a frutos, a resina...

Virgínia Vitorino






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