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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

«Nada do mundo»...


Nada do mundo me é segredo ainda:
tudo já sei, já espero, ou o que acontece
apenas do imprevisto se ilumina
de quanto aqui se repetiu diverso
mas tanto não que a estupidez humana 
a mesma não pareça que conheço.

Perdi toda a inocência, todo o espanto,
e todo o encanto de que a vida ferve
o pouco juvenil de horror e anseio
e de prazer também, com que chegamos,
vazios e sem nada, ao passo extremo
que só de inútil tempo se prolonga.

Bogna Patrycjia Altman

Quanto melhor seria ter servido 
alguma ideia, um deus, qualquer senhor,
bem falsos ou mundanos , e traíveis
nesse fingir de crença ou lealdade 
com que a miséria humana se imagina
mais rica e nobre do que o nada oculto!

[...]

Jorge de Sena, in 40 anos de servidão

1 comentário: