esvazio-me à claridade amorfa do dia
lento
morno
sonho
revolta
ou esperança
tornam-se palavras vãs
desintegradas de sentido
amarfanhadas
sucumbidas
só
a beleza de uma fresca
perfumada rosa
produz vida
a cada raiar de incontornáveis
e cinzentos
dias de outono
quando ainda me tocam
pela beleza pura
que irradiam
sonhos adiados de um estio
nunca acontecido
murcho
asas de borboleta entontecida
em esplendor
ao calor
o frio é a sensação desgarrada de corrupto sentido
o calor - o som antitético de lareira
mesmo que a lareira exista
e o silêncio dorme no coração da noite
dias-cinza fenecem na aguda
dolorida
sensação de ser.
Myrtô, 2014
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